quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Notas de aula de filosofia antiga

HISTÓRIA DA FILOSOFIA - FILOSOFIA ANTIGA – DO INÍCIO A SÓCRATES

1. Os precedentes históricos

1.1 As sociedades sem Estado
a) sacrifício e unanimidade: vingança e ausência de judiciário
b) ordem intangível: contrário à mudança
c) a ordem mítica como ordem global indistintamente cósmica e social

1.2 As Monarquias Sagradas do Oriente Próximo
a) a revolução neolítica: invenção da agricultura, das casas de material rígido e do sedentarismo (início em 10.000 a.C.)
b) a cidade (por volta de 3.500 a.C.:
- surgiu em Uruk, na civilização de Obeid;
- Diferenciação em relação às ‘cidades’ anteriores pelo número de habitantes, pela dimensão, pela diferenciação do tamanho e das funções das casas (destinadas para a habitação, para o culto para a defesa e para o poder);
c) a escrita
- por volta de 3.000 a.C. surge a escrita cuneiforme entre os sumérios (na Mesopotâmia do Sudeste): utilizada pelas Akadios, babilônicos e hities
- por volta de 2.500 a.C. os fenícios inventaram a escrita alfabética donde derivaram as escritas antigas: Creta, hebraico, micênico, grego, etrusco e latim;
d) o surgimento do Estado
- Surge na Mesopotâmia e no Egito com as seguintes características:
1) um governo central dirigido por um monarca;
2) um aparelho judiciário (com juízes profissionais)
3) um aparelho fiscal;
4) um órgão para gerir os grandes trabalhos

1.3 Instituições do Direito nas Monarquias do Oriente Próximo
a) O parlamento de Uruk: no local onde surgiu a escrita e havia cidade aparece o parlamento referido em um poema de 2000, tendo existido aproximadamente em 3.000
b) O Código de Hamurabi
- descoberto em 1902
- Rei akadio Hamurabi que reinou a babilônia entre 1792 e 1750 a.C.
- não era exatamente um código: era uma compilação de sentenças com as inovações jurídicas publicada para lhes conceder divulgação solene, o que mostra que é possível o início da mudança



2. A fundação Grega

2.1 Das sociedades do Oriente próximo à Grécia, o que aconteceu? (Cinco causas de Vernnant)
a) crise da soberania: vários soberanos
b) a aparição do espaço público: a publicização e o espaço público (a Ágora), a escrita surge como publicização da lei e dos primeiros escritos
c) a promoção da palavra e da razão
d) a reivindicação da igualdade: a desigualdade é bárbara
e) a metamorfose da religião:
- o surgimento do culto público da cidade: os cultos saem do palácio e vão para os templos;
- a aparição da religião privada
f) a distinção entre phisis (Natureza) e nomos (Convenção)

3. As fases da Filosofia grega
3.1 O período naturalista (a physis e o cosmo), séc. VI a V a.C.
a) Jônios
b) Pitagóricos
c)Eleatas
d) os Pluralistas
e) os Físicos Ecléticos
3.2 O período humanista:
a) os sofistas
b) Sócrates
3.3 As grandes sínteses (IV a.C.)
a)Platão
b) Aristóteles


4 Os Jônios (séc. VII e VI a.C.)
4.1 Tales de Mileto
- final do século VII a. C e início do século VI a.C
- não escreveu
- iniciador da physis: um princípio originário único (arché, termo que não é dele), a Água, da qual derivam todas as coisas, a vida e tudo
4.2 Anaximandro de Mileto
- final do século VII a. C e início do século VI a.C
- Escreveu um “Tratado sobre a Natureza”
- Antes da água existe o infinito
- o mundo é composto de contrários opostos
4.3 Anaxímanes
- VI a. C
- Discípulo de Anaximandro
- Escreveu “Sobre a Natureza”
- O princípio é o ar infinito
- Ar ao condensar vira água e, depois, terra; ao dilatar fogo

5 Heráclito de Eféso
- séc. IV e V em Eféso
- Tudo escorre: tudo move e vale para toda a vida
- Contrários se harmonizam e se movem o tempo todo
- Fogo e a inteligência são o princípio

6 Os pitagóricos e os números
- Maior abstração: o princípio da realidade é o número
- análise da regularidade numérica

7 Xenófantes de Cólofon
- 570 a.C
- Critica ao antropomorfismo: Deuses não têm formas humanas (outros homens fariam outros Deuses), defeitos humanos;
- Deus onipotente, onipresente e onisciente;
- Terra e Água: tudo nasce da terra e tudo que cresce e nasce é água e terra

8. Os Eleatas: a descoberta do ser (“o ser é o princípio e fora do princípio nada existe”)

8.1: início da ontologia e descoberta do princípio da identidade
- O ser
- O não ser e o nada não existem; O não ser não pode ser nem pensado;
- Se existisse o nada, o universo não poderia ter surgido: do nada não pode surgir algo;

8.2 Zenão

8.3 Melisso

9. Os pluralistas

9.1 Empédocles: quatro elementos (água, terra, fogo e ar), que se transformam por força do amor e do ódio;

9.2 Anaxágoras: As raízes (sementes ou homeomerias, compostas de inteligências cósmica das quais nascem todas as coisas);

9.3 Leucipo e Demócrito: O atomismo (dele derivam as coisas por uma força da qual estão naturalmente dotados; átomo ( do grego, sem divisão);

10. Os físicos Ecléticos

10.1 Diógenes de Apolônia: É o ar infinito e inteligente

10.2 Arquelau de Atenas: É o ar infinito e inteligente


11O período humanista:

11.1 Os sofistas

11.1.1 Sofismas e a maldição socrática (Platão e Aristóteles): o resgate no século XX e a grande contradição (os sofistas tornaram Sócrates possível e foram condenados por ele);
11.1.2 Importância para REALE e ANTISERI:
“a) deslocam do interesse da filosofia da natureza para o homem;
b) instauram um clima cultural que se poderia chamar com o moderno termo iluminista;
c) criticam a religião em perspectiva também atéia;
d) criticam o conceito de verdade e de bem;
e) destroem a imagem tradicional do homem;
f) consideram a virtude como objeto de ensino;
g) apresentam-se como mestres de virtude;
h) são expressão da crise da aristocracia e da ascensão política das novas classes;”


11.1.3 Os representantes dos sofistas

a) Protágoras: o homem é a medida de todas as coisas (do bem e do mal, da verdade e da mentira), mas está vinculado ao critério do útil; A virtude é tornar forte o argumento fraco;
b) Górgias: niilista, não existe verdade, bem; A virtude é a retórica;
c) Pródico de Céos:
d) Hípias e Antifonte
e) Erísticos e Sofistas- políticos
- dessacralizam a religião
- fazem uso instrumental e ideológico da retórica para conquistar o poder
- A virtude: a vontade do mais forte impõe-se sobre o mais fraco




12 Sócrates


12.1 Sócrates um sofista?

12.2 O mestre dos grandes filósofos

12.3 Como o conhecemos? Platão, Xenófantes, Aristófanes (as nuvens) e Aristóteles (embora não contemporâneo);

12.4 Só sei que nada sei e um sábio: como conciliar?


12.5 Alma e virtude em Sócrates

12.5.1. A Alma: é a consciência e a personalidade intelectual e moral, sobretudo razão e conhecimento; O corpo é o instrumento da alma:
12.5.1.1 A Virtude da Alma (aquilo que a torna perfeita) é:
12.5.1.1.1 O autodomínio: domínio da razão sobre as paixões
12.5.1.1.2 A não-violência: a razão se impõe pela convicção e não pela força
12.5.1.1.3 Liberdade: libertação da parte racional (=verdadeiro homem) em relação à parte passional; Corresponde à liberdade interior;

12.5.1.2 Vício: O vício é ignorância, por isso: a) ninguém peca voluntariamente (pecado = erro); b) as diversas virtudes são recondutíves à unidade (= ciência do bem e do mal e, também, o vício);

12.5.2 A cura da alma: a alma se purifica no diálogo (dialética):

12.5.2.1 Ironia-refutação: para purificar a alma do falso saber por meio: a) da figura do não saber para induzir o interlocutor a expor o próprio saber; b) do metódico disfarce de assumir as teses do adversário a fim de demonstrar a sua falsidade; c) da refutação para fazer o adversário cair em contradição e induzi-lo a deixar as falas convicções;
12.5.2.2 Maiêutica: para fazer emergir, mediantes perguntas e respostas, a verdade que está em cada um de nós;


12.6 A morte de Sócrates



HISTÓRIA DA FILOSOFIA - FILOSOFIA ANTIGA: platão


1 As grandes sínteses (IV a.C.): auge da filosofia; decadência de Grécia

1.1 Platão e Aristóteles

1.2 Importância: Dialética, Idéia,

2. Platão e seus precursores

2.1 Parmênides: início da ontologia e descoberta do princípio da identidade;
- O ser
- O não ser e o nada não existem; O não ser não pode ser nem pensado;
- Se existisse o nada, o universo não poderia ter surgido: do nada não pode surgir algo;

2.2 Oposição ao relativismo dos sofistas
a) Protágoras: o homem é a medida de todas as coisas (do bem e do mal, da verdade e da mentira), mas está vinculado ao critério do útil; A virtude é tornar forte o argumento fraco;
b) Górgias: niilista, não existe verdade, bem; A virtude é a retórica;

2.3 Sócrates
2.3.1 O mestre dos grandes filósofos
2.3.2 Como o conhecemos? Platão, Xenófantes, Aristófanes (as nuvens) e Aristóteles (embora não contemporâneo); Platão ou Sócrates?
2.3.4 Só sei que nada sei e um sábio: como conciliar?
2.3.5 Alma e virtude em Sócrates

1. A Alma: é a consciência e a personalidade intelectual e moral, sobretudo razão e conhecimento; O corpo é o instrumento da alma:
1.1 A Virtude da Alma (aquilo que a torna perfeita) é:
1.1.1 O autodomínio: domínio da razão sobre as paixões
1.1.2 A não-violência: a razão se impõe pela convicção e não pela força
1.1.3 Liberdade: libertação da parte racional (=verdadeiro homem) em relação à parte passional; Corresponde à liberdade interior;

1.2 Vício: O vício é ignorância, por isso: a) ninguém peca voluntariamente (pecado = erro); b) as diversas virtudes são recondutíves à unidade (= ciência do bem e do mal e, também, o vício);

2. A cura da alma: a alma se purifica no diálogo (dialética):

2.1 Ironia-refutação: para purificar a alma do falso saber por meio: a) da figura do não saber para induzir o interlocutor a expor o próprio saber; b) do metódico disfarce de assumir as teses do adversário a fim de demonstrar a sua falsidade; c) da refutação para fazer o adversário cair em contradição e induzi-lo a deixar as falas convicções;
2.2 Maiêutica: para fazer emergir, mediantes perguntas e respostas, a verdade que está em cada um de nós;

2.4 A morte de Sócrates: Platão

3 Platão: Vida e Obra

3.1 Vida
- Nasceu em 427 a.C. e morreu em 347 a.C.;
- De família nobre (descendentes de Sólon por parte de mãe, “Pericitone” e Codro e do Deus Poseidon por parte do Pai Ariston ) e forte compleição física (daí Platão de platos, amplitudes, largueza, nome original Aristócles);
- Juventude coincidiu com a Guerra do Peloponeso, responsável pela decadência de Atenas;
- Acontecimentos marcantes: Governo dos 30 tiranos (em que junto com Crítias e Cármides participou e ficou chocado com a violência) e morte de Sócrates;
- Discípulo de Heráclito e depois de Sócrates (mestre de Aristóteles);
-Viagens: Mégara, Itália (388 Dionísio I, amizade com Dion; vendido com escravo; Ainda retorna para Siracusa em 367, mas fracassa);
- Fundador da academia: por volta de 387 a.C.

3.2 Obra
- Quase tudo autêntico
- O problema da Cronologia
- Novas interpretações
- Doutrinas não escritas (esotéricas)
- Doutrinas escritas, diálogos, ordem: Fédon, Banquete e Fédon, Repúblicas, Leis


4 Platão: As Idéias
- A segunda navegação: a metafísica
- O dualismo: ente uno (ENTE) e imóvel e coisas múltiplas e perecíveis (COISAS MÚLTIPLAS)
- Platão descobre a idéia: buscar o ser das coisas
- quase branco: permanência e identidade dos entes
- idéia (ou eîdos) = figura, aspecto
- Cavalo e palavra (conhecimento lingüístico)
- idéias são “entes metafísicos que encerram o verdadeiro ser das coisas”
- Cisão da realidade em dois mundos:
1) o das coisas sensíveis, fenomênico, vIsÍvel: manifestação do doxa (opinião); faz as coisas serem o que são, realidade aparente, sombras, conjetura;
2) o das idéias (inteligível), suprafenomênico, invisível: que é o verdadeiro e pleno ser; manifestação do noûs, idéia;
- coisas são sombras das idéias
- amor nos faz recordar a idéia da beleza e nos introduz o homem no mundo ideal
- O mito: renovação quando a razão se esgota
- Os cavalos alados e o conhecer como recordar (Fedro)
- O mito das cavernas (Livro VII da República)

A doutrina dos princípios primeiros:
- O bem (o uno) e as díades (a pluralidade do mundo sensível)

- O amor (Eros) não é belo, nem bom, mas é sede de beleza e de bondade, diferente do Ágape (origem da Caritas Agostiniana) e da Philia (Aristóteles)




Tipo de Governo
Se respeita as leis
Se não respeita as leis
Governo de um só
Monarquia
Tirania
Governo de poucos
Aristocracia
Oligarquia
Governo de muitos
Democracia
Democracia corrupta (demagogia)


Tipos de alma
Classes Sociais
Virtudes
Educação

Concupiscível
Camponeses, artesãos, comerciantes: produzem os bens

Temperança
Não têm uma educação particular: limitam-se a imitar os outros

Irascível
Soldados, guardas: defendem a cidade dos perigos internos e externos

Coragem
Educação gímnico-musical: comunhão dos bens e das mulheres

Racional

Filósofos, regentes: dirigem e administram o Estado

Sabedoria: contemplação do bem ideal para praticá-lo
Educação fundada sobre a dialética, para alcançar o conhecimento do Bem

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